Esse não é um blog só de cosméticos... muito menos de textos bonitinhos e magia... é um balaio de todas as minhas impressões das coisas que vejo, uso, leio e gosto!

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sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

RAZÕES PELAS QUAIS VOCÊ NÃO DEVERIA ME AMAR

Sou estranha. Sinto demais. Penso demais. Questiono e analiso demais. Vejo coisas que talvez você não veja. Me importo com detalhes que para você, podem ser inúteis. Muitas vezes não consigo ver o todo: me detenho em sutilezas, em partes, monto quebra-cabeças a todo momento. Tudo é muito grave, palavras são marcadas em mim como ferro em brasa. Sou uma exagerada, quando feliz e quando triste. Provoco vendavais, tempestades em copos ainda vazios. Disfarço minha carência em autossuficiência. Tenho tanto medo de perder, que me abrigo em minha própria solidão, e é ela que tornar-se-á seu maior rival. Entendo o amor de uma forma tão complexa, que às vezes parece que não amo. Não sei responder perguntas com sim ou não. Não suporto nada pela metade. Tenho dificuldade com os meios-termos. O que você pensa que me atrai, é o que me afasta: não sigo moldes, não tenho comportamento previsível. Esqueça o que você já viveu. Esqueça as fórmulas, as frases feitas, as desculpas prontas, as teorias. Não me inclua em gêneros, não tente adivinhar meus pensamentos. Posso perdoar absurdos gigantescos, mas de repente um dia você me diz uma frase impensada, que para mim pode soar como uma despedida. E eu posso nunca mais voltar. Ou volto correndo, pedindo perdão, em meio às lágrimas. Depende da forma como percebo os acontecimentos. Sempre irei te surpreender, de forma positiva ou negativa. Posso ser doce e agressiva, te encher de dúvidas e certezas, tudo em um mesmo dia. Não sou exposta, não estou pronta para ser lida. Sou uma caixa fechada, de linda embalagem e conteúdo desconhecido. Você não terá dúvidas quanto ao meu amor: terá dúvidas quanto ao que eu sou. Comigo, sempre haverá vazios. Perguntas. Páginas em branco. Histórias a serem escritas. Sem começo, nem fim. Porque o amor, para mim, não é assim, essa coisa tão banal. Tão fácil. Tão indolor. E lamento por isso, às vezes. E lamento também por você. Que talvez merecesse um amor mais simples de ser vivido.

Do blog http://tantosdias.blogspot.com/

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